sexta-feira, junho 30, 2006

uma partilha de algo...BOM!!! (reflexão 5)


Existem momentos na vida de qualquer um que são os “baixos” ou, por outras palavras, crise existencial. Ninguém está livre disso, nem os padres. Eu sei-o bem, depois do último ano em que fiz um estágio de grande riqueza vivencial. Não posso dizer que foi um ano doloroso, de tristeza, de infelicidade, porque não o foi (apesar de em alguns momentos ter desanimado e muito). Prefiro dizer que foi um tempo de grande descoberta, de “desbravar novos caminhos desconhecidos”, de experiências interiores cheias de Deus, de momentos ricos de Amor comunitário, de gestos carregados de carinho.
Prefiro ver o positivo e esquecer o que possa não ter sido tão bom… pois a solidão pode ser um caminho para o desânimo… Mas não está Deus sempre comigo? Estar disponível para tudo, apesar do cansaço…. Mas não é para servir que eu cá estou? Existência de alguma frustração sentimental… Mas não estou eu sempre em comunhão com o Pai, o Filho e o espírito Santo? (não tenho os meus colegas clérigos?)
Podem parecer palavras ditas da boca para fora, mas é isto que eu sinto! Jesus disse aos discípulos que iriam sofrer inúmeras tribulações, ameaças, perseguições… Também eu o sei hoje. Tal como sei da promessa de Jesus que deixa o Espírito connosco, tal como sei que para alcançar o Reino de deus não há caminhos fáceis, não há “vias directas”, pois sei que para chegar a Deus é preciso Amar com Amor.
É na comunidade que eu serei sacerdote e é nela que eu quero estar e transparecer Deus. Deus está em mim e está na comunidade. Ambos devemos ser sinal do Deus que nos dá a mão como Pai, que nos abraça como Irmão e que nos conforta como Amor.

quinta-feira, junho 29, 2006

uma partilha de algo...BOM!!! (reflexão 4)


Já parei algumas vezes e perguntei a mim próprio: será que alguma coisa do que digo nas homílias alguém o leva para a vida? Será que eu sou fiel testemunho daquilo que digo?
Muitas e muitas vezes a acção pastoral é ingrata, ou seja, muitos não dão valor aquilo que o pastor da paróquia quer fazer para bem da comunidade. Mas se calhar muitas e muitas vezes também me esqueço que aquilo que faço não é para alguém dar valor, mas sim para o bem de todos e para anunciar Jesus. Nem todas as sementes nascem, crescem e dão fruto. Há muitas sementes que precisam de mais água, outras precisam de outro terreno, e outras que precisam de ser mais acariciadas. Para todas elas eu, e muitos outros, tenho que estar preparado e confiar em Deus.
A acção pastoral tem algumas etapas a percorrer. Hoje posso dizer que se calhar todas as etapas devem estar em constante acção e interligação, pois nem todos somos iguais e nem todos crescemos e evoluímos do mesmo modo.
Gostaria muito de ter comunidades missionárias, mas a realidade é que são ou de cariz sacramental/devocional ou de manutenção. Mas é por causa disto que eu deverei ficar de braços cruzados? Não. Devo continuar a anunciar, levar à conversão e pregar a Boa-Nova.
Seria muito bom para mim que as comunidades fossem todas um só coração e que o meu também fosse um só coração com o delas. Isto seria o ideal! Um ideal que eu não quero perder, mas que quero lutar para conseguir atingi-lo. «a multidão dos que haviam abraçado a fé tinha um só coração e uma só alma» (Act 5, 32).
A beleza das primeiras comunidades cristãs deve ser uma inspiração para as comunidades de hoje em dia. É esta beleza que eu quero (não digo gostaria, porque quero) ver nos nossos dias. Se eu quero e Deus quer poderemos fazê-lo.

quarta-feira, junho 28, 2006

uma partilha de algo...BOM!!! (reflexão 3)


Há coisas interessantes no decorrer dos vários momentos da vida. Hoje dei comigo a pensar que posso rezar mais, que posso levar mais Deus aos outros: tudo depende de mim. Muitas vezes desperdiço muito tempo em coisas fúteis (ou não) e esqueço-me do essencial. Hoje penso e preciso de estar mais dentro do mundo e da sociedade que me envolve, e nela encarnar Jesus.
Encarnar Jesus no ministério sacerdotal e depois encarná-lo na vida pastoral. Seguir Jesus para onde quer que ele vá e onde quer que ele quer que eu esteja. (cf Lc 9, 57). Mais do que andar por meio de gentes, é preciso conhecê-las estar com elas e ser um só com elas. Muitos homens e mulheres têm quem os ampare, mas também muitos outros não têm e é para estes que eu quero ser sacerdote (nunca deixando ninguém de fora, claro). Peço a Deus sabedoria e coragem para seguir sempre os seus passos, e no seu caminho encontrar a palavra certa a dizer àqueles a quem eu irei encontrar ao longo da vida.
Deixar tudo e seguir Jesus (cf Lc 9, 62) pode parecer uma atitude radical demais, mas é isso mesmo que tem de acontecer. Posso hoje dizer que já deixei muita coisa, mas muita mais tenho de deixar para continuar num caminho de entrega total a Deus e ao Seu Reino.
Quero ser a ponte entre Deus e os homens!
Quero ser o apóstolo da Palavra!
Quero ser quem dá o Espírito na caminhada cristã!
Quero ser irmãos com os meus irmãos sacerdotes!
Quero ser a comunidade(s) que me está confiada!
Só isto peço ao Senhor, só isto é o que eu quero: estar com Ele, viver com Ele e levá-lo aos outros. Mas (e são tantos os “mas” na vida do homem e da mulher) quero estar em renovação constante em cada dia. Não uma renovação de visão, mas numa renovação interior e de descoberta. Estou convicto que em cada dia descubro mais um pouco deste meu e nosso Deus que nos dá tanto e nos pede tão pouco.
Costumo dizer que basta acreditar par ter a salvação de Deus. Hoje posso dizer que já não é algo que digo somente aos outros, mas algo de que estou convicto e que espero que muitos outros também estejam. A nossa fé baseia-se na pregação da Palavra de Deus e na maneira de viver e pôr em prática essa mesma Palavra. Peço perdão a deus pelas vezes que anunciei aquilo que não vivo, mas também peço a Deus a ajuda necessária para continuar a crescer, não só no arrependimento, mas na construção da minha espiritualidade.

terça-feira, junho 27, 2006

uma partilha de algo...BOM!!! (reflexão 2)



A espiritualidade da pessoa humana faz-se por um caminho que conduz a algum lugar. A espiritualidade é o que faz com que cada um de nós não se sinta nem esteja vazio em si e de si mesmo. Por isso a minha espiritualidade tem de ser algo fundamental na minha vida de sacerdote.
A espiritualidade passa pela santidade e vice-versa. Uma e a outra andam juntas, e ambas são uma vocação universal, ou seja, todos estamos no mesmo “pé de igualdade” para seguir uma missão. Esta missão é a missão de Jesus. Porque quero ser como Ele tenho de ser Ele próprio e caminhar nos seus passos.
Há um elo que me liga a Deus e que não pode ser abalado, por isso mesmo nada deve perturbar o meu coração (cf Jo 14, 1). Muitas coisas podem vir do exterior, mas o meu íntimo encontra-se ligado a Deus pelo amor que ele me dá e que eu tenho por Ele. É desta maneira que estamos ambos em comunhão profunda. Só nesta comunhão é que se pode continuar a descobrir e a evoluir no caminho da santidade.
O caminho que nos leva ao Pai é-nos apresentado por Jesus, e o lugar que Ele tem para nós é o reino dos Ceús (cf Jo 2, 4). Este caminho já o conheço, e quando penso que me perdi d’Ele, rezo a Deus e disponho-me a ouvir a Sua voz para encontrar o retorno.
Posso desanimar no meu percurso de sacerdote, mas isso só irá acontecer se não encontrar na Palavra de Deus a Luz e a força para o caminho. É a Palavra que dá vida ao mundo e o mundo vai buscar a sua vida a esta mesma Palavra. Por isso quero ser e ter uma relação profunda e íntima com a Palavra de Deus e a vida do Mundo.
Assim, poderei fazer a Evangelização, que já não mais fica no primeiro chamamento, mas que é um primeiro chamamento em constante renovação pelo Espírito. É na evangelização que quero ser reflexo de conversão e santidade.
A visão de Deus é algo que qualquer homem deseja, mas essa visão já a tenho diante de mim, e não preciso de a procurar muito. «Quem me vê, vê o Pai» (Jo 14, 9). Esta visão tenho-a e posso continuar a tê-la sempre que fizer dos meus momentos de intimidade e oração, uma realidade. Não uma mera realidade para os outros, mas uma realidade para mim próprio.
Estou consciente que a centralidade fundamental da minha vida é a Eucaristia. Ela que até hoje o foi, mais o será agora, uma vez que por meio de mim, vou levar o memorial do sacrifício aos povos que me confiarão.
Tal como Jesus disse: «Eu sou a verdadeira vida, e meu Pai é o agricultor» (Jo 15, 1) eu quero dizê-lo em cada dia da minha vida. Não só dizê-lo, mas vivê-lo e realizá-lo com os colegas no sacerdócio.
Eu nada sou sem o outro que está a meu lado e por isso a minha espiritualidade e o meu crescimento rumo á santidade de vida, também passa pelo meio que me envolve. Quero estar todos os dias, até ao último suspiro da minha vida, como estou hoje: enamorado por Jesus Cristo, pois só assim poderei continuar a apresentá-l’O e a vivê-l’O como a pessoa viva e fascinante que Ele é.

segunda-feira, junho 26, 2006

uma partilha de algo...BOM!!! (reflexão 1)


Dou comigo a pensar no futuro, naquilo que esta nova vida que está para surgir me reserva. Apesar de ter muitos exemplos diante de mim, só quero seguir um: Jesus Cristo é o modelo de terra e céu que eu quero para mim. N’Ele pode tocar-se o humano e o divino e é por isso que eu quero ser Sacerdote. Quero ser como Ele! Anunciar a Sua Palavra!
Mas em mim tenho de transportar algo de sobrenatural, tenho de transportar Deus. Levar Deus ao mundo. Ele que por mim quer continuar a mostrar-se aos homens e mulheres do mundo. «Que te conheçam a Ti, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo a quem enviaste» (Jo 17, 3).
Ser sacerdote é sê-lo em relação de comunhão com todos os que me rodeiam e por isso ser transmissor do Amor de Deus; ser elo de ligação entre a terra e os Céus; ser orientador de muitos na simples humildade das palavras e das atitudes; ser verdadeiro com o bem e com o mal; ser defensor da justiça; ser sinal de fé; ser modelo de vida!
Esta é uma missão difícil que quero assumir, mas que assumo com a ajuda de Deus, com a sua mão carinhosa que me ampara, com a Sua Palavra de cada dia, com o Seu Amor. Sem Deus nada sou, nada quero ser e nada posso ser!
Ser sacerdote é uma consagração da vida, para a vida e na vida!
O Reino de Deus é tão grande e imensamente belo, que o quero partilhar no cuidado pastoral com os outros sacerdotes. E todos aqueles que são Teus, meu Senhor, também passarão a ser meus, porque agora seremos um só: Tu és a minha cabeça e eu serei os Teus membros para chegar onde Tu precisares de mim. Tudo quanto tenho vem de Ti e ao Teu serviço eu me ponho.
Com todo o povo eu vou rezar, por ele eu vou orar e a Ti me entregar.
Só Te peço três simples coisas meu Senhor: que eu saiba sempre discernir o bem do mal, que saiba ter esperança em ti acreditando sempre que Tu não me faltarás.
A minha consagração é por todos, para que todos também possam ser consagrados na verdade (cf Jo, 17, 19).
Dar-lhes-ei a conhecer o Teu nome, para que o amor com que me amas esteja em todos e eu esteja unido a eles (cf Jo 17, 26).

sábado, junho 10, 2006

sentimento profundo... (H)


A pouco tempo de muita coisa, o nervosismo pode crescer, aumentar, tornar-se uma barreira...
A pouco tempo de muita coisa, o mundo pode parecer girar e correr mais depressa....
A pouco tempo de muita coisa, a confiança vai únicamente para aquele que nunca nos abandona: JESUS CRISTO!!!