sexta-feira, dezembro 26, 2008

realidades como a de Jesus...


O Natal foi ontem! Os parabéns de Jesus. O dia em que lembramos o seu nascimento. a data em que recordamos o "bébé" frágil, dependente, pobre e humilde que nasceu contra todas as adversidades que envolveram a sua concepçã, a gravidez de maria e o seu nascimento. A uma conclusão se chega muito facilmente: os pais de Jesus estavam felizes! Nunca é mais relembrar, e ontem como hoje e sempre eu relembro, os pais que não desejam os filhos,... os pais que se querem "livrar" dos filhos,... e aqueles que por uma atitude própria (egoísmo ou qualquer outra) decidem que é melhor não serem pais nem mães. Se o Natal é a festa da família só o é por causa de Maria, José e do menino Jesus. Eles são exemplo para todas as famílias do mundo. Podemos dizer: "eles tiveram um toque divino e nós não o temos". Podemos pensar isto e dizê-lo, mas a verdade é que não foi nada fácil todo aquele perído que envolveu o nascimento de Jesus: as caminhadas de Maria ao longo de vários quilómetros,... as portas das casas e das hospedarias fechavam-se para que eles pudessem entrar e Jesus nascer,... o lugar onde Jesus nasceu não foi de todo o que consideraríamos ideal,... Mas hoje, nestes tempos que dizemos serem modernos e evoluídos, realidades como a que aconteceu no nascimento de do Filho de Deus continuam a acontecer. Lembramo-nos de alguma?

Mensagem de Natal do bispo da Guarda


Está a bater-nos à porta mais um Natal. O Natal é a Festa que celebra o nascimento de Jesus Cristo, acontecido há 2000 anos, em Belém, uma cidade da Palestina, que pertencia à Província Romana da Síria, então sob administração do Imperador César Augusto.

Este Imperador tinha decretado um recenseamento e cada cidadão era obrigado a dirigir-se à sua terra de origem para aí se recensear. Foi o que aconteceu a José, esposo de Maria, que estava para dar à luz.

Por isso, o Menino nasceu nas cercanias de Belém de Judá, fora da cidade, onde não houve lugar para o acolher, numa casa normal. Este Menino foi adorado pelos pastores das redondezas, em nome das gentes pobres e simples e, mais tarde, pelos sábios ou magos, vindos do Oriente guiados por uma Estrela. Estes representam a ciência que investiga os segredos da história e da natureza, para bem da Humanidade; simbolizam também o poder instituído que procura os melhores caminhos para dar rumo certo às populações que lhes estão confiadas.

Jesus nasceu, assim, no coração da pobreza representada pela manjedoira dos animais e no meio dos pobres representados pelos pastores da cercania de Belém. É que Ele veio, de facto, para se colocar ao lado dos pobres e excluídos e para lhes abrir caminhos novos de combate à pobreza e à exclusão. Por isso anunciou uma humanidade nova e um Reino Novo, onde há lugar para todos e onde os últimos são os primeiros.

Esta lição do Natal é a receita de que continuamos a precisar para combater a grave crise social em que estamos mergulhados. De facto cresce o número de pobres e excluídos; aparecem novas formas de pobreza que se manifestam em pessoas, grupos de pessoas e também em regiões desfavorecidas como a nossa. Os sintomas da grave crise que atravessamos são muitos.

São o desemprego e o emprego precário, por causa das condições de inviabilidade que afectam muitas das nossas empresas e desincentivam a criação de outras.

É o analfabetismo, sobretudo entendido como incapacidade generalizada de as pessoas tirarem partido dos conhecimentos adquiridos para entrarem no processo geral do desenvolvimento. Infelizmente existe também marginalidade nos nossos meios; marginalidade ligada a hábitos e a formas de cultura que não se adaptam ao quadro das leis vigentes ou não prevenida através de uma educação bem conduzida.

A solidão, determinada principalmente pelo crescente número de idosos nos nossos meios e a necessidade de seus familiares mais próximos partiram para outras terras à procura das condições de vida que aqui não têm, é outro factor preocupante; uma solidão que cresce também e se prolonga na vida de outras pessoas que se isolam e cortam as relações mais elementares com a família, os amigos e as suas tradições de origem, quase sempre porque lhes são fechadas todas as portas normais de acesso à integração social.

Estas quatro novas formas de pobreza são apenas alguns dos sintomas da realidade social dos nossos meios que estão a pedir medidas eficazes para corrigir o processo de empobrecimento progressivo das nossas gentes.

Fazemos votos para que este Natal toque o coração de todos os responsáveis pela condução da nossa vida social, os que pertencem aos quadros da administração pública central e local e também os que representam a sociedade civil organizada em corpos intermédios. Que a boa e eficaz colaboração de todos leve a luz de Belém ao encontro de todas as pessoas e suas famílias. Assim daremos cumprimento aos votos generalizados de Natal Feliz e Próspero Ano Novo, a que estamos habituados nesta quadra do ano.

Desejo um Santo e Feliz Natal para todos.

Guarda, 16 de Dezembro de 2008

+Manuel R. Felício, Bispo da Guarda

terça-feira, dezembro 02, 2008

Tempo para amar

Muitas podem ser as interpretações a serem feitas de palavras, pensamentos e reflexões que vamos dizendo, pensando e fazendo. A minha reflexão dos últimos dias tem sido: porque desperdiçamos tempo sem amar os outros? Temos o tempo à nossa disposição. Organizamos o nosso dia-a-dia como quisermos, com as rotinas que já fazem parte dele: trabalho, escola, convívio, refeições, etc... Em todos estes momentos e muitos outros podemos amar mais o mundo,... as pessoas,... Apesar de por vezes nos deixarmos "levar na onda" do: "está tudo bem como está" e "a vida que eu tenho chega-me para viver". Olho para a minha vida pessoal e pergunto-me a mim mesmo: "Fiz tudo o que podia fazer hoje?"