quinta-feira, janeiro 23, 2014

sentimentos e palavras (l)

A incompreensão pelos comportamentos do ser humano deixam-me boquiaberto. pelas minhas atitudes e pelas atitudes de outros. No fim deste dia estou a pensar em mim e nos outros. Estou a pensar no que disse, no que fiz,... no que não disse e no que não fiz,... no que podia ter dito e no que podia ter feito,... Estou a pensar no que me disseram e no que fizeram,... no que não me disseram e olharam,... no que não me fizeram e acenaram para fazer,... e no que ficou por dizer e fazer,... Estou a pensar simplesmente se eu coloquei Jesus em mim como devia ou se o deixei de fora. Neste exame de consciência dou conta que uma vezes sim e outras não,... mais mais vezes não do que sim,... Que chatice, penso agora!... Tenho de esforçar-me mais! Amanhã? Não! Já.
Quero ser mais Tua imagem,...
Teu sorriso,...
Teu rosto,...
Tua alegria,...
Tuas mãos,...
Teus pés,...
Quero que outros Te vejam em Mim e que outros sejam Tu! 
Quero não porque eu quero mas porque Tu queres!
São os sentimentos e as palavras de agora, que espero reler daqui a pouco e amanhã de manhã para continuar com os mesmos sentimentos e palavras de me esforçar já!

sábado, janeiro 11, 2014

"Este é o meu Filho muito amado" (cf Mt 3,13-17)

O Batismo revela Jesus como Filho amado do Pai e revela-nos a nós como filhos amados do Pai. Sendo o Batismo uma revelação da filiação divina e da nossa filiação, transpareço-a/transparece-mo-la  no testemunho que dou/damos da fé? Não basta ser-se batizado, é preciso sê-lo e testemunhá-lo na vida.
O profeta Isaías lembra que o Senhor chama, toma pela mão e nos forma, enviando em missão, ou seja, Ele não nos cria e abandona, mas acompanha com a sua presença na nossa vida, no dia-a-dia. A sua presença é mais visível e real quanto maior for o meu esforço pessoal por fazer com que a minha forma de estar e de ser transforme a realidade que me envolve. Deus atua através de mim/através de nós. Enquanto batizado sou escolhido/eleito, mas sou digno da sua confiança?
Mas lembrar o meu/nosso batismo faz fazer a viagem até ao batismo de Jesus. Ele que quis ser batizado como todos os outros eram batizados por João Batista (o primo): "Deixa por agora". João Batista fazia uma pregação de conversão de vida, pois é preciso constantemente rever e emendar "pontas soltas" do nosso ser. Esta conversão pregada e assumida por João Batista era acompanhada por um rito de purificação na água, acontecendo assim o batismo. Jesus passa por este momento, não porque precisava de conversão nem de purificação, mas para mostrar a sua identificação com a nossa humanidade. Por isso se abrem os céus (une-se o céu à terra), desce a pomba (desce o Espírito Santo) e ouve-se a Voz do Pai ("Este é o Meu Filho muito amado").  Este é o nosso batismo hoje: conversão, pureza, união aos céus do Espírito e de filhos amados do Pai. Lembramo-nos de que ser batizados é ser Filhos de Deus? a vontade do meu/nosso Pai é importante para mim/nós?
Pedro lembra ainda no livro dos Atos dos Apóstolos que Deus não faz aceção de pessoas e que Jesus, o ungido passou fazendo o bem. Isto também me faz refletir: E eu? Faço distinção? Faço o bem como jesus fez o bem?

sábado, janeiro 04, 2014

Sou a Igreja da Fraternidade?

O Papa Francisco escreveu sobre a fraternidade na mensagem para o Dia Mundial da Paz (01 de Janeiro). Partindo de uma das partes da sua mensagem: “Cristo abraça todo o ser humano e deseja que ninguém se perca”, cada um pode pensar no modo como tem abraçado o seu próximo e no esforço que tem feito para ser verdadeiramente fraterno. A sociedade atual já está demasiadamente fraturada pela falta de respeito, compreensão, ganância, egoísmo, desconfiança, despotismo, entre tantas outras coisas que só conduzem à habitação da maldade no seio da vida humana, para que nós, Igreja, continuemos a dar o nosso contributo para isso.
Assim, convém parar e refletir um pouco, enquanto cristãos católicos, na maneira como temos sido verdadeiramente fraternos: irmãos uns dos outros. Não basta dizer que se é, é preciso sê-lo de facto. Parece, por vezes, que alguns de nós, Igreja, somos muito pouco verdadeiros irmãos, pois só sabemos falar mal uns dos outros, criticar a vida alheia, desconstruir o que outros constroem, dividir o que outros tentam unir, edificar paredes onde elas nunca existiram,… parece que se opta pelo caminho mais fácil de dizer o mal do que potenciar o bem,… parece que a correção fraterna de que nos fala o livro dos Atos dos Apóstolos, pela qual eram conhecidos os primeiros cristãos, não acontece como fraternidade, mas como divisão, discórdia e maledicência.  Que se está a passar? De quem é a culpa? Será que estamos a acolher o abraço de Jesus? Será que temos aceite o abraço de Jesus? Será que temos desejado levar o abraço de Jesus aos nossos? Será que damos o abraço de Jesus uns aos outros? Cristo deseja que ninguém se perca. Eu quero continuar a esforçar-me em abraçar e vós? Vamos ser mais fraternos? Mais irmãos?

«viram o Menino... e, caindo de joelhos, prostraram-se e adoraram-n’O» (cf Mt 2,1-12)

A alegria de Seguir a Luz de Deus está inscrita no coração de cada um, e a forma como se faz a procura e a descoberta da mesma Luz é diferente de pessoa para pessoa, deixando a mesma Luz marcas diferentes. O Senhor é o mesmo, mas as marcas são diferentes porque os corações e as circunstâncias de vida também são diferentes. 
Lembrar a Estrela que é a Guia dos Magos é lembrar o Menino que é achado por eles. Não se conhecem os sentimentos que lhes invadiram o espírito, mas que ao verem-n'O eles mudaram a sua forma de estar: "prostraram-se e adoraram-n'O". Qual é a minha/nossa reação de cada vez que me deixo guiar pela Estrela e encontro o Menino?
Jesus é a Salvação manifestada a todos os povos, culturas e nações. Não é só para uma pessoa e para um povo específicos, mas para toda a humanidade. Por isso mesmo é que eu/nós cristãos católicos devemos levar no nosso coração a luz d'Ele. Mas nos Magos que souberam estar atentos aos sinais, também eu/nós estamos atentos aos sinais, ou seja, os acontecimentos da vida são lidos à luz de Deus? Nos Magos também vemos três homens que se desinstalaram do seu comodismo e arriscaram para ir ao encontro de algo desconhecido. Tenho/temos nós a coragem de o fazer? 
No dia a dia, a reconstrução de vidas dilaceradas por situações e circunstâncias, pode ser dolorosa e com a falta de um olhar de luz e esperança. Assim a Palavra de Deus através do profeta Isaías dá o mote de nos levantarmos e resplandecermos como as pedras brancas da cidade de Jerusalém. Ser como o sol que bate nessas mesmas pedras. A vida tem as suas contrariedades, as suas angústias, as suas opressões e marginalizações, mas através de um olhar de esperança, através de uma forma fraternal de vivermos uns com os outros, poderemos viver com a força da luz, pois Deus está connosco e dá a força e a motivação para ir em frente!  Consigo/conseguimos ser a luz que outros precisam para seguir em frente em vez de ser obstáculo que só consegue ser divisão e discórdia?