sexta-feira, fevereiro 28, 2014

simplesmente...

Sempre que o quotidiano da vida parece ser uma certeza, lá vem um "vento" que abala e faz da certeza incerteza... É bom? É mau? É simplesmente a surpresa maravilhosa que é a vida, para a qual não se está preparado, mas com a qual se vive sempre que aparece. Há algumas surpresas que tendem a ser um abalo para as decisões que se têm de tomar, mas que nem sempre acontecem com a simplicidade de outras. Alguém conversa comigo sobre as várias "surpresas" que a vida lhe tem trazido. Não as considera boas nem más, simplesmente as aceita e vive. Parece simples! Mas há surpresas na vida que põem em perspetiva o que se faz e o que se pode vir a fazer, diz outro alguém.
Penso que as "surpresas" da vida é quando acontecem naturalmente, são uma aceitação simples que acontece, mas quando são fruto da bondade e generosidade de alguém já são diferentes. Diferentes porque ou são genuínas ou são "interesse". Seria bom que não houvesse interesse no bem, na generosidade e, acima de tudo, na forma de amar. Seria bom que cada vez mais eu/nós conseguisse/mos deixar a maldade cair por terra...

sábado, fevereiro 08, 2014

«deve brilhar a vossa luz diante dos homens» (cf Mt 5, 13-16)


Eu, como cristão, não me posso esquecer (nunca) que estou comprometido com Cristo e, consequentemente com o mundo que me rodeia e envolve. Nos mil e um afazeres do dia-a-dia pode acontecer que passe a segundo plano o caminho que Jesus, a Luz e o Sal, me propõe, mas devo fazer o esforço para me recordar dele.
Isaías, em três simples verbos, recorda como é simples ser-se uma luz no meio em que se vive: repartir, dar e levar. O profeta escreve sobre o repartir o pão, o dar abrigo e o levar roupa, que são tudo gestos/ações de caridade para com o próximo. Refletindo profundamente nestas três ações, consigo fazê-lo na minha vida quotidiana? Reparto? Dou? Levo? O profeta refere implicitamente nesta passagem que não basta fazer um ritual, é preciso dar-lhe vida e fazer dele um sinal de vida, ou seja, Isaías escreve sobre o jejum que só faz sentido se tiver como consequência pratica a partilha com os mais pobres e não um mero ritualismo. Assim, reflito: como posso ser uma luz no mundo onde vivo se por vezes não consigo fazer do rito uma prática de vida (uma ação com sentido)?
Jesus, na sequência do sermão da montanha, continua a dizer que os discípulos são sal e são luz: “Vós sois sal da terra”,… “vós sois luz do mundo”,… para que serve o sal senão para dar sabor e conservar e a luz para iluminar? Então com este desafio de Jesus, será que eu/nós dou/damos sabor à vida? Sou/somos sabor da vida? Preservo/amos a vida? Na medida em que vivemos as bem-aventuranças somos luz no mundo. Somos caminho de luz? Quem nos vê, vê a Luz? E isto leva a uma reflexão séria e profunda enquanto católico, enquanto Igreja: assumo o meu compromisso de membro da comunidade, de discípulo de Cristo, de apóstolo? Sou exemplo e caminho ou não? A minha vida dá sentido á vida ou perde-se no meio de banalidades?

Por fim, é Paulo que se apresenta na sua dupla condição de: evangelizador e de homem. Que fala e prega não com sabedoria humana, mas na manifestação do Espírito Santo!. Talvez tenha/mos de deixar que seja o Espírito a atuar mais em nós e para isso: «deve brilhar a “nossa” luz diante dos homens».