sábado, março 29, 2014

«sou a luz do mundo» (cf Jo 9,1-41)

Estar alegres na Luz é conseguir colocar a esperança em Cristo que é a Luz do mundo. Quantas são vezes eu me perco nas trevas e não me esforço por encontrar a Luz? Quantas são vezes a Luz está à minha frente e eu me desvio dela? Quantas são as vezes que estou imerso em mim mesmo e não me dou ao próximo?

Samuel é enviado por Deus a ungir David como Rei. O profeta, ao chegar, vai-se dirigindo a cada um dos filhos de Jessé, pela aparência deles. O Senhor diz-lhe que não é nenhum deles, mas o outro que não estava ali, o mais novo que estava a guardar os rebanhos. Deus escolhe pelo coração e não pela aparência. Deus escolhe pela sua vontade e não pela vontade humana. Nós quando nos vemos uns aos outros, como o fazemos?

S. Paulo, na carta ao Efésios, deixa-nos o claro desafio de vivermos como filhos de Deus: "vivei como filhos da luz". Os filhos da luz dão frutos bons: bondade, a justiça e a verdade. esta exortação de S. Paulo é para todos os batizados. É para mim e para todos nós, filhos de Deus. Mas vivemos como filhos da luz ou como filhos das trevas? 

Jesus ao caminhar encontra no percurso um cego de nascença. "Eu sou a luz do mundo". A este cego restitui-lhe a visão, ungindo-o com saliva e terra, mas desafia-o a que o mesmo faça também um percurso para que fique limpo e veja a luz com clareza (até á piscina de Siloé). O Senhor toca-nos e incentiva-nos a caminhar, ou seja, a fazer o percurso de fé. Depois, são os amigos, conhecidos e fariseus que falam da sua visão. Dão-se conta de que Ele vê, mas recusam-se a "abraçar" e aderir à Luz que lhe deu a luz. Acontece isto também na nossa vida: o Senhor toca-nos, nós fazemos o caminho, damos a conhecer o caminho que fazemos até à Luz, mas uns aceitam vê-la, mas outros recusam vê-la.

Como batizado sou testemunho vivo de Jesus que me toca e através de mim quer continuar a tocar os outros com a luz da bondade, da justiça e da verdade?

sábado, março 08, 2014

"Nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus" (cf Mt 4,1-11)

Estamos a viver a Quaresma. Tempo de reflexão interior e tempo de "purificar" a vida, nas palavras, ações e opções que são tomadas. Será a Quaresma um tempo de tristeza? Não. É um tempo de renovação,... de conversão! a vivência da palavra conversão deixa a sua marca para esta semana da Quaresma: é preciso colocar o Senhor no centro da vida e deixar que a Sua Palavra ilumine a existência.

Lembra-nos o Livro do Génesis, uma catequese maravilhosa sobre a criação. O Senhor cira-nos por amor, moldando-nos e dando-nos a vida. O mesmo Senhor quer preservar a vida do homem e da mulher da preocupação pelas opções entre o bem e o mal, mas sabemos como é difícil fazer a escolha e, por vezes, acaba-se por escolher o caminho errado. Assim, lembra-se que o Senhor é o Criador e que eu/nós posso/podemos não escolher o caminho da sedução da opção pelo poder absoluto. Quando se renúncia ao amor do Criador, aceita-se o caminho do mal.

Por isso, podemos aceitar o desafio de tornar a colocar a vida e o olhar em Jesus Cristo, pois Ele é o sinal da unidade, da justiça e da possibilidade de caminhar na bondade e no amor. Fica a interrogação interpelativa: o que posso/podemos fazer para colocar o Senhor no centro da vida dos homens e mulheres do nosso tempo?

Deixar-me/nos iluminar pelas renúncias de Jesus às tentações do materialismo, do êxito fácil e do espetáculo, do poder e do domínio. Esta é uma das etapas do caminho que posso/podemos seguir nesta Quaresma. Ouvir, ler e escutar a Sagrada Escritura que é a Palavra de Deus, recusando a tentação de prescindir do Amor do Pai na vida, pois "nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que vem da boca de Deus". Fica uma outra interpelação: o que é prioritário na vida: as propostas do caminho do Senhor ou os projetos pessoais que O excluem?