Passada uma semana já consigo falar, ou melhor, escrever o que se passou (fez ontem oito dias). Tocou o telemóvel ao final das missas dominicais. Do outro lado diziam: morreu o Sr Fernando. Eu só conseguia perguntar: Quem? Não estava a acreditar que o Pai estava a chamar este homem para Si. Amável esposo, dizia a sua cara metade: Padre, ficámos sem um anjo. Ela disse tudo nesta frase. as lágrimas corriam-me dos olhos. Teimavam em não parar. Chorava de tristeza (não é mal nenhum chorar de tristeza, pois os padres também choram), chorava por não lhe ter dito as vezes suficentes que era bom homem, que lia muito bem, que cuidava bem da sua esposa e da família, que era um homem dedicado ao mundo. Depois de chorar senti medo. Medo de não conseguir falar e de presidir à celebração da missa. Deus deu-me a força necessária para rezar com todos os que estavam presentes pela sua alma. Também por isto chorei de alegria. Por Ele me dar força.
Agora penso nas vezes em que não digo o que devo dizer aos que estão à minha volta, enquanto vivem ao meu lado. Um simples sorriso basta para tornar a vida de alguém mais feliz. O sr fernando foi para o Pai, perdi o seu sorriso, mas Deus deu-me o Seu sorriso.
Agora penso nas vezes em que não digo o que devo dizer aos que estão à minha volta, enquanto vivem ao meu lado. Um simples sorriso basta para tornar a vida de alguém mais feliz. O sr fernando foi para o Pai, perdi o seu sorriso, mas Deus deu-me o Seu sorriso.