segunda-feira, dezembro 02, 2024

em reflexão... (36) para iluminar

 

Preparar algo é querer esperar que o que se prepara seja bom, corra bem e preencha a própria vida. Passa-se algum tempo a preparar o Natal, mas a preparar exatamente o quê? A Ceia? O encontro da família e dos amigos? Os enfeites? A árvores, as botas, as luzes… As prendas? A roupa festiva da época? E depois de tanta preparação, o que acontece? Já está, para o ano há mais!

Este tempo de preparação (Advento), para o cristãos, é um tempo de espera, ou seja, um tempo de esperança. Dispomos as nossas vidas para celebrar o nascimento do nosso Salvador, na senda daquele que vem para iluminar os que jazem nas trevas e na sombras da morte (cf Lc 1, 67-79). Devia ser mais assim que nos deveríamos auxiliar mutuamente uns aos outros: para iluminar... para iluminar os que vivem sem Jesus…  para iluminar os que vivem sem nada... para iluminar os que vivem na escuridão… para iluminar os que não erguem nem levantam a cabeça… para iluminar os que ainda não descobriram (ou perderam) o sentido da fé e da vida… para iluminar as situações de fragilidade, de falta de afetos, de carência de sorrisos e palavras… para iluminar os que se “escondem” na solidão, no vazio do tempo do dia-a-dia… para iluminar os que vivem com o “peso do mundo às costas”… para iluminar os que estão fechados à vida… para iluminar os que só vivem para si mesmos e são donos da sua razão… para iluminar os que estão longe, porque o longe também se faz perto,… para iluminar os que vivem ao nosso lado, que por vezes “só levam” com a nossa impaciência...  para iluminar as palavras más… para iluminar ... para iluminar quando não há luz.

De olhos postos no Céu, de olhos voltados para Jesus, José e Maria, preparemo-nos para podermos receber d’Ele a Luz que transforma, converta e ilumina a vida.

Paz e Bem!

 

segunda-feira, novembro 04, 2024

em reflexão... (35) dar, oferecer, entregar

 

Dar,... Oferecer,… Entregar,… não se confunda nenhuma destas palavras como mera e importante generosidade para com o próximo, mas entendam-se como ato de dádiva para Deus. Cada um questione-se: o que é que eu entrego a Deus? O que é que eu dou de mim ao Senhor? Esvazio a minha vida para Ele, para Ele me encher da Sua Graça? Consigo dar tudo, tudo, tudo? Ou fico com alguma coisa presa para mim?

Quando penso em dar, não devo ficar à espera da retribuição, pois então não é uma dádiva, ma é uma espera de ver retorno pelo que se dá. Então, a minha/nossa relação para com Deus não pode ser uma espera de receber, mas um ato de oferecer a vida com tudo o que ela é.

Dar as alegrias e tristezas. Oferecer a saúde e a doença. Entregar os sorrisos e as lágrimas. Dar a oração e as distrações. Oferecer as palavras e as ações. Entregar os bens materiais e os imateriais. Dar a voz e o silêncio. Oferecer o cansaço e o descanso. Entregar as mãos e os pés. Dar o pensamento e a vontade. Oferecer o trabalho e os dons. Entregar as dores e os suspiros. Dar a esperança e o desespero. Oferecer a paz e a tribulação. Entregar a fome e os alimentos. Tanta, tanta, tanta coisa para dar… oferecer… entregar…

Como fazê-lo? Na Eucaristia! Jesus disse para a fazermos em sua memória, pois sempre que o fizéssemos Ele estaria no meio de nós. Quero estar na Eucaristia, quero celebrá-la, quero vivê-la e quero que ela seja uma continuação na minha vida quotidiana. Quero aprender a dar, oferecer e entregar tudo? Então deitem-se para trás das costas os inconvenientes, a preguiça, as “outras coisas”, a “seca e a chatice” das horas e das palavras e queira eu (queiramos todos) estar com Jesus na Eucaristia, pois é n’Ele e para Ele que se dá, oferece e entrega toda a nossa vida.

Paz e Bem!

 

quinta-feira, outubro 03, 2024

em reflexão... (34) querer ser discípulo missionário

 

Não basta parecer, é preciso ser e querer ser.

Certamente já todos constatámos que o tempo atual é muito feito de aparências, ou seja, fazer tudo o que estão alcance para parecer bem, estar-se bem e ser bonito. Já diz o ditado: “as aparências iludem” e, como bem sabemos, aparentar aquilo que não se é, leva a que se viva na mentira e se esqueça a verdade da vida.

Assim, enquanto cristãos, batizados, filhos e filhas de Deus, quero ser discípulo missionário na essência do que sou ou não quero? Ser por ser, viver por viver, querer por querer leva a que uma pessoa se possa tornar vazia, rancorosa e teimosa, e este caminho não nos aproxima do Senhor. Quanto tempo eu dedico no meu dia para estar com o Senhor? `Quando algumas vezes os discípulos de Jesus o procuravam, encontravam-n’O em oração. Quando às vezes me procuram encontram-me a fazer o quê? Não nos esqueçamos que enquanto filhos e filhas de Deus, a nossa unidade ao pai do Céu concretiza-se na oração. Se eu não parar um pouco do dia para rezar, como me encontro com Ele? É um pouco como as nossas relações humanas: se eu não vou ao encontro do outro, como posso relacionar-me com ele e conhecê-lo verdadeiramente?

Logo, para ser discípulo missionário de Jesus, não é suficiente sê-lo de “nome social”, mas é preciso sê-lo de essência de coração e querer ser dia-a-dia de Jesus e levá-l’O na vida. Querer ser discípulo missionário é a marca distintiva do bom cristão católico praticante, porque não se acomoda nas suas coisas e nos seus pensamentos e opiniões, mas aproxima-se de Jesus e transforma a sua vida à maneira de Jesus, encontrado na Oração a fonte para a sua ação na vida (missionário).  Que cada um possa ter a coragem de Rezar mais ao Senhor e fazer mais na vida como o Senhor ensina a fazer e a ser.

Paz e Bem!

 

quarta-feira, setembro 04, 2024

em reflexão... (33) dar tempo a Deus

 

Parar… Silenciar… Escutar… Descansar… orar… Fortalecer… Viver! Não são meras palavras, mas são ações que deverão fazer parte da nossa vida quotidiana espiritual e da intimidade com Deus e da relação com o mundo. Podem parecer muitas coisas para se fazer diariamente, mas não são mais do que a forma de interiorizar e viver o Amor a Deus acima de todas as coisas com toda a alma, com todo o coração e com todo o entendimento. Sim, é preciso escolher o Amor a Deus em primeiro lugar, pois só depois se consegue e pode amar a vida que é Seu dom e graça.

Parar… Silenciar… Escutar… Descansar… orar… Fortalecer… Viver! Tudo isto é preciso para haver relacionamento com Ele e para que O reconheçamos nas vicissitudes de cada dia. Como batizado, a condição de filho/a de Deus é o que me faz querer (ou deve fazer querer) que cada dia não seja mais um dia, mas seja fruto do Amor a Deus concretizado nas ações de Amor ao próximo.  Mas será que eu quero Amar a Deus acima de todas as coisas? “Não é mais fácil colocá-l’O no tempo que sobra da vida ou não colocá-l’O sequer?” Quantas vezes eu digo ao Senhor: Quero-Te! Amo-Te! Guia-Me! Conduz-Me! Revela-Te! Agarra-Me! Sou todo Teu! ??? Estas e outras coisas, o que Lhe digo?

Parar… Silenciar… Escutar… Descansar… orar… Fortalecer… Viver! Dar tempo a Deus para que o tempo que Ele me dá seja um bom tempo de vida em ordem à vida nova da eternidade. Dar tempo a Deus para O Amar e para Amar como Ele me ama. Dar tempo a Deus mesmo quando não tenho tempo para nada (aqui é que eu devo dar mais tempo e conseguir ter a coragem de Parar… Silenciar… Escutar… Descansar… orar… Fortalecer… Viver!) Dar tempo a Deus para que eu não seja absorvido pelo tempo e pelas coisas disparatadas e feias da vida! Dar tempo a Deus… Paz e Bem!

 

quinta-feira, agosto 01, 2024

em reflexão... (32) descansai um pouco

 

Algumas são as agitações que por vezes nos vão na alma e no coração, mas que poucas vezes se procuram entregar nas mãos d’Aquele que tudo renova, acolhe e transforma. Sim, às vezes só precisamos de confiar e de nos abandonarmos nas Suas Mãos, e Ele faz o resto. Um “resto” muito necessário, pois, por vezes, deixamo-nos sufocar no dia a dia da vida do hoje e do amanhã, na sobra do que foi o ontem. Por isto mesmo, são precisos momentos de descanso e repouso… “Vinde comigo… e descansai um pouco.” Palavras preciosas. Convite pertinente. Necessidade nem sempre entendida e aceite pela minha/nossa parte.

Sim, é preciso parar. Jesus bem o sabia diante dos apóstolos que muito fizeram e que também muito precisavam de parar e descansar um pouco. Eis a razão pela qual as palavras de Jesus continuarem a ser hoje para cada um de nós… Há muitos barulhos e muitas azafamas,... muitas glórias e desilusões,... muita perfeição e muita falha,... algumas palavras boas e outras más,… Assim, no meio de tantos “haveres” é realmente preciso aceitar o convite: “...descansai um pouco”.

Parar. Respirar. Sentir a respiração e o corpo que se movimenta (obra de Deus). Abrandar. Retirar. Rever a vida. Rezar. Cuidar. Amar. Recordar. Ver. Transformar. Abandonar o que pesa. Olhar o horizonte. (Re)descobrir a beleza da Criação do Senhor. Dormir. Estender a mão. Escrever. Pacificar. Perdoar. Calar. Sonhar. (Re)carregar. Falar. Sonhar. Abraçar. Escutar.

Tanta coisa para fazer no descanso que Ele nos convida a fazer. Descanso pessoal e descanso comunitário. É preciso tudo isto e muito mais para discernir o caminho que realmente está a ser feito (ou por vezes desfeito). “Não tenhas receio” de te dar e depois descansar, pois o eterno é de ontem de hoje e de amanhã e por isso Ele estava ontem, está hoje e estará amanhã para ti, para nós. Paz e Bem!

 

terça-feira, julho 02, 2024

em reflexão... (31) seduziste-me, Senhor, e eu deixei-me seduzir

 

Quando se completam 18 anos, diz-se que se chega a maioridade. Eu completo 18 anos de ordenação presbiteral no dia 2 de julho, mas não me sinto (se é que me devesse sentir) ter chegado a uma maioridade. Sinto que de ano para ano me tenho entregue mais a Deus no serviço ao próximo. Sinto que tenho aprendido a olhar mais Deus no rosto da humanidade. Sinto que Deus me perdoa porque me reconheço mais pecador. Sinto que Deus me ama no amor das pessoas, estejam elas mais próximas de mim ou mais afastadas, pois todos são rostos de Deus. Sinto que sou frágil e que sozinho pouco posso fazer (apesar de ás vezes poder transparecer e achar que não). Sinto que rezo mais. Sinto que tenho crescido em sabedoria e interioridade. Sinto que preciso de toda a obra criadora de Deus para viver, para a defender, para a amar. Sinto que não sou sempre agradável, mas que me esforço cada vez mais por sorrir, ser amável, ser ouvinte e estar, simplesmente estar. Sinto que falta ainda muita coisa para crescer, não para ser consensual entre todos, mas para ser rosto de Deus.

Por tudo isto, e muito mais, sei que não cheguei a uma maioridade de caminho, a uma qualquer meta, e sei que quero continuar a caminhar com o olhar colocado em Jesus, pois só n’Ele, com Ele e para Ele é que tudo faz sentido. Por isso continuo a dizer e a sentir que Sinto que Ele me continua a seduzir e eu me continuo a deixar seduzir, com as fragilidades próprias de uma pessoa, as limitações de carácter e de humanidade, mas não baixando os braços e me resignando diante dos obstáculos da vida.

Assim,... Dou graças ao Senhor por tudo o que Ele faz por mim. Dou graças ao Senhor  por todas as pessoas que são parte de mim e que me fazem crescer todos os dias. Dou graças ao Senhor por todos os que são porto seguro para mim e quero que saibam que estou de braços abertos para todos, todos, todos… apesar de às vezes não transparecer.

Paz e bem!

 

domingo, junho 02, 2024

em reflexão... (30) no coração de Jesus

 

Onde quero estar senão no Coração de Jesus?

Não é difícil entrar no Coração de Jesus, pois n’Ele estamos todos, todos, todos. Pode ser mais exigente o ser digno de permanecer n’Ele, sem O ferir, sem O entristecer, sem O magoar!

Quem gosta de se sentir ferido, com dores, triste e magoado? É doloroso e penoso! Então quando é o meu/nosso próximo que me/nos faz sentir assim, a dor é como que uma flecha que está cravada no coração e é rodada só para que haja sofrimento, derramamento de sangue e de lágrimas… Não é bom nem é confortável de se sentir essa dor.

Querer estar no Coração de Jesus exige que não se esteja só por estar, mas que se seja digno de estar e permanecer. E para tal, porque não fazer o que agrada a Jesus?

E o que agrada a Jesus? Tanta coisa boa e bonita… como eu Vos fiz fazei vós também (lavar os pés) … amai-vos uns aos outros como Eu vos amei… fazei isto em memória de Mim (é a vivência da Eucaristia/Missa)… ide e fazei discípulos… ensinai-os a cumprir tudo o que vos mandei… àqueles a quem perdoardes os pecados serão perdoados… vem e segue-Me… os teus pecados estão perdoados… ninguém te condenou, também eu não te condeno, vai e não voltes a pecar… perdoai-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido… livrai-nos de todo o mal… como Eu voz fiz, fazei vós também… amai os vossos inimigos… orai por aqueles que vos perseguem… Hoje estarás comigo no paraíso… Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem... Nem só de pão vive o homem mas de toda a Palavra que sai da boca de Deus… sede santos como o vosso Pai do Céu é Santo.

Que cada um possa querer estar no Coração de Jesus e permanecer no Coração de Jesus.

Paz e bem!

 

quarta-feira, maio 01, 2024

em reflexão... (29) Maria a Senhora do Sim

 

Muitas vezes e de muitos modos Deus se revelou à humanidade. Em muitos homens e mulheres encontrámos e encontramos os sinais evidentes do rosto e dos desígnios de Deus, mas é em Nossa Senhora e por Nossa Senhora, que nutrimos um carinho muito especial. Não é de admirar!  Ela aceitou, desde a primeira hora, com coragem e determinação, o desígnio que Deus lhe quis confiar: Mãe do Salvador. Ela, de forma claramente confiante na vontade e na bondade do Senhor, disse SIM: “Faça-se em mim segundo a Tua vontade”.  Sou eu, somos nós, corajosos ao ponto de querer aceitar todos os dias a vontade de Deus, como ela aceitou naquele dia e em todos os dias seguintes, da sua vida? É preciso coragem e é preciso confiança.

Coragem porque sabemos que aceitar algo na vida, que à partida não se sabe bem o que é, e que exige dar um passo “de olhos vendados” e manter-se confiante no/s passo/s dados, é um ato de grande coragem.

Confiança porque é uma entrega total na Providência d’Aquele que é a Fonte da Vida e que continua  a querer mostrar o caminho/sentido da vida. Confiar em alguém exige conhecimento dessa mesma pessoa.

Este ato de coragem e de confiança de Maria, Mãe de Deus e nossa mãe, é claramente uma entrega confiante n’Aquele que ela sempre conheceu como o Senhor e que agora olhava para “a humildade da Sua serva” e lhe confiava a missão da maternidade do Filho. O mesmo Filho que mais tarde, na Cruz, lhe confiou a maternidade do mundo inteiro.

Cabem então algumas reflexões pertinentes diante de Maria e com ela: eu conheço o Senhor? Eu quero conhecê-l’O cada vez melhor? Escutar a Sua voz, como Maria, é a minha prioridade? Sou testemunho do conhecimento e da confiança d’Ele e n’Ele?

Por Maria até Jesus. Paz e bem!

 

quarta-feira, abril 03, 2024

em reflexão... (28) oração e perdão

 

Reconhecer a Ressurreição de Jesus é acreditar n’Ele, mas também tem em si mesma implícita a prática da Palavra, dos Gestos e da Vida do Salvador. “Pascoalizar” a vida é querer, permanentemente, viver unido a Jesus e desejar ardentemente estar à mesa com Ele e partilhar a refeição. Acreditar em Jesus não pode ser só de boca, mas tem que se evidenciar na ação. Uma evidência pessoal que se pode transformar (e deve) em testemunho na comunidade.

Então, depois de se celebrar o dia de Páscoa, o que posso fazer mais para continuar a viver a Páscoa? Dois desafios: oração e perdão.

A oração é a forma mais íntima de nos encontrarmos com o Senhor. Para fazer oração é necessário silêncio,… recolhimento,… vontade,… esvaziarmo-nos de nós mesmos para nos enchermos de Deus. Isto nem sempre é fácil, mas há muitas formas de fazer oração: oração da Bíblia, oração do terço e da Via-Sacra, orações que passam oralmente de geração em geração,… são várias as formas. A forma de não haver “distrações” e para que haja vontade em fazer oração, exige: entregar tudo ao Senhor! Entregar a vida em todas as suas dimensões e depois deixar que Ele fale.

O perdão é uma necessidade do amor. Jesus Ressuscitado entrega o perdão como Missão aos discípulos: «Recebei o Espírito Santo: àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhe-ão perdoados; e àqueles a quem os retiverdes serão retidos». Somos nós hoje, os enviados pelo Senhor, a dar o perdão uns aos outros. A Ressurreição é tempo de perdoar como Jesus quer perdoar a todos. A Ressurreição é a oportunidade de amar mais o próximo usando o perdão para amar mais e para ter o Amor como forma de vida e partilha de vida uns com os outros.

Oração e perdão. Dois passos importantes para que a Páscoa da Ressurreição seja uma evidência nos corações da humanidade.

Paz e bem!

 

domingo, março 03, 2024

em reflexão... (27) para estender a mão

 

O caminho faz-se caminhando. Muitos sabemos este ditado popular, que só faz sentido se há vontade de caminhar passo a passo. A Quaresma que vivemos em ordem à chegada à Páscoa da Ressurreição, faz-se passo a passo, sendo preciso dar os passos necessários. O que está a mudar na minha vida pessoal e comunitária neste tempo litúrgico, espiritual e humano? Já consigo entrar dentro de mim mesmo para “limpar” tudo o que está a mais, cheio de pó e não é necessário para caminhar e olhar o Céu?

Se a tendência da velocidade que o exterior impõe é andar em correria, este é o tempo favorável para encontrar a forma de fazer e viver mais pacificamente. “Fecha a porta e reza ao pai que está nos Céus”. Significa parar, descansar, esvaziar, e deixar a Graça de Deus preencher a vida. Como fazê-lo? Rezar mais a vida… olhar e fazer mais obras de misericórdia para com o próximo,… examinar mais a consciência, as palavras e ações da vida e jejuar do mal para dar só espaço ao bem!

Então vamos caminhar, vamos mudar, vamos converter! Vamos unir-nos mais a Jesus com o percurso intenso da Via-Sacra, rezando-a e meditando-a. A Via-Sacra é dor, mas é salvação. A Via-Sacra é Sangue, mas também é água refrescante. A Via-Sacra é uma explosão de amor dada por Jesus a todos nós, uma explosão cheia de sofrimento e provação, mas plenamente cheia de Amor!.

Assim, e amando a Deus com todo o coração, com tida a alma e com todo o entendimento, se fará a via-sacra com força, com motivação e com vontade de converter e mudar a vida pessoal para que o “estender da mão” ao nosso próximo seja com mais pleno significado de dar-se com confiança e com amor. O caminho faz-se caminhando, mas só querendo caminhar é que se dão passos. Sejamos corajosos filhos e filhas de Deus que caminhamos por  Jesus, com Jesus e em Jesus, para que a vida seja uma mão estendida!

Paz e bem!

 

sexta-feira, fevereiro 02, 2024

em reflexão... (26) vinde a Mim

 

A jornada de cada dia pode fazer sentir sobre os nossos ombros um peso muito grande e que, sozinhos, não sentimos força para o levar. São as inquietações, as preocupações, as doenças, os desânimos,… e tantas outras coisas que fazem “peso” na vida. Qual a forma de tornar tudo mais leve? Diz Jesus: Vinde a Mim todos vós que andais cansados e oprimidos e Eu vos aliviarei. Aprendei de Mim que sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para as vossas almas, porque o Meu jugo é suave e a Minha carga é leve (cf  Mt 11, 28-30). Em Jesus encontramos a resposta para o peso da vida. Mas atenção: eu quero que Jesus faça parte da minha vida? Deixo a porta do meu coração aberta para Jesus entrar? Aceito a Sua Palavra no convite “Vinde”, e com Ele permanecer?

De facto, sabe-se que há muitas “distrações” ao longo de cada dia, mas como a própria palavra o indica: são distrações, ou seja, retiram-nos o importante e o essencial. Mas o pior acontece quando eu autorizo que essas múltiplas distrações façam parte do quotidiano. Poder-se-iam enumerar uma série delas, mas proponho que cada um faça o exame de consciência das distrações que tem com estas reflexões: o que coloco todos os dias em primeiro lugar? São as pessoas importantes para a vida? Olho quem está ao meu redor com olhos “limpos” ou “enevoados”? Que palavras saem da minha boca? Que pensamentos tenho sobre a realidade da vida? O que deixei de fazer para bem do próximo? O meu coração é manso e humilde como o coração de Jesus?

Assim, é preciso aceitar estas palavras de Jesus: Vinde… aprendei… encontrareis… Não são palavras novas, mas são palavras para O ter em primeiro lugar, pois quando Ele está em primeiro, tudo fica fortalecido com a sua força.

Paz e bem!

 

terça-feira, janeiro 02, 2024

em reflexão... (25) Jesus no centro da vida

 

Jesus continua a querer reinar em cada um dos nossos corações, mas como é que os encontra? A Igreja e o mundo, atravessam períodos de grande dor, confusão e desenraizamento. Tudo isto se deve à grande facilidade de divulgação de todo o tipo de informações, de muitas e multifacetadas ocupações, de vontades pessoais que cegam a visão global, de ausência de corações que mais amem, perdoem e reconciliem, através de sacrifício e abnegação de si mesmo.

Os tempos de hoje não são os tempos de à duas décadas atrás, mas é hoje que vivemos e é hoje que se constrói o amanhã. Eu não quero que o ontem, o hoje e o amanhã se façam sem Jesus na minha vida? Alguém quer? (aqui a resposta seja dada por cada um de modo consciente para que responda a si e a Ele). Não imagino a vida sem Jesus, sem a Sua Palavra que é a fonte da esperança, sem a vida em Igreja e sem a doutrina da Igreja que é d’Ele.

O que está a acontecer? Jesus fica sozinho no meio de tantas costas voltadas, guerras, ódios, faltas de compreensão, de tolerância e de respeito… Eu não o quero deixar sozinho! Como o pequeno São Francisco Marto, quero fazer-lhe companhia, rezar com Ele para que as minhas ofensas e as de todos não deixem o Seu coração tão magoado e tão triste. Eu gosto que me magoem? Não. A vida da humanidade magoa o nosso Salvador! O que faço em reparação? Sou bom filho/a de Deus? Conheço e vivo segundo a Sua Palavra? Conheço a Bíblia? Conheço a Doutrina da Igreja (não pelo que se diz, mas pelo que sei porque estudo)? Participo nos sacramentos de alma e corpo? Quero a Eucaristia porque é Jesus que se faz presente (“fazei isto em memória de Mim”)? Tantas reflexões a fazer para que o novo ano seja realmente novo em muitas coisas, mas que seja novo na renovação que faço na minha relação com Jesus! Seja Jesus a nossa Palavra, a nossa Estrela e o nosso Pastor. Paz e bem!