domingo, novembro 02, 2025

reflexão... (46) Dar o coração que não é meu

 


O que vem do coração, vem da verdade da alma, uma vez que sendo criaturas do Criador, o mais íntimo de cada um tem em si mesmo a presença de Deus. Talvez por vezes não se procure esta intimidade e interioridade, mas elas estão lá (cá). Talvez por vezes “a vida” seja demasiadamente célere, mas Ele continua no interior da vida. Poderiam ser enumerados muitos “talvez” para encontrar razões para que a espiritualidade não seja devidamente cuidada (ou mais bem cuidada), mas não vale a pena, porque razões cada um tem as suas.  Então, será preciso ir à profundidade do coração para aí encontrar a centelha do Criador e a partir dela continuar a fazer parte de uma criação de fé, esperança e amor.

Assim, o tempo de agora é sempre propício para que eu possa querer estar mais junto d’Ele na concretização da Sua vontade no que sou, penso e faço, pois d’Ele vem tudo. Um outro “talvez” possa agora ser aplicado: talvez por vezes eu não esteja disposto a isso, mas talvez não possa deixar passar o agora para me dispor a “entrar” em Deus e deixar que seja Ele a guiar a vida. É só preciso isto: disposição. Depois de eu estar disposto para tal é só continuar.

Vou pensar o meu coração em Deus para poder olhar o coração do meu próximo em Deus. Este será um dos exercícios práticos e espirituais mais desafiantes para a concretização das palavras de Jesus da última Ceia: “Como eu vos fiz, fazei vós também”. Netas palavras encontra-se o coração fora do peito, que é a mesma coisa que dizer: o coração no coração do próximo. O coração que não se exalta, mas o coração que se humilha. O coração que olha o outro e que quer vê-lo na sua totalidade: de baixo para cima. Assim deverá ser mais o meu olhar: não de cima, mas na totalidade, sabendo que este gesto de se colocar aos pés do próximo, é a forma de dar o coração que não é meu, mas que é vontade de Deus. Paz e Bem!

 

quinta-feira, outubro 02, 2025

reflexão... (45) tempo de esperança


Tempo de confusão? Tempo de indecisão? Tempo de convicção? Tempo de afirmação? Tempo de desilusão? Tempo de Esperança? Prefiro “tempo de esperança”.  Hoje, como ontem e como amanhã, há muitas coisas que se passam como conhecimento sem o ser. Há saberes que se passam mas não se “agarram”. Há testemunhos de vida que se transformam em memórias e que passam a esquecimentos. Por isto e muito mais, é tempo de esperança. “A esperança não engana” (Rom 5, 5) escreve São Paulo , e é uma das grandes verdades, pois há muitas pessoas que enganam, mas a esperança não. A esperança é uma chama que se mantém acesa na expectativa do que está para vir, no sentido cristão, a esperança está além de tudo o que agora se vive e crê pois projeta-nos para o que está para vir: o Céu.

Posso agora tocar o Céu? Posso tocá-lo, sim. Vivê-lo já será mais difícil, dizem alguns. Mas posso tocá-lo. Quando é que isso acontece? Sempre que sou e vejo o rosto de Deus no espelho e nos outros. Querer ser rosto de Deus, é querer ser amor e entregar a vida nas suas mãos. Num tempo em que o desespero pode parecer reinar, a esperança é confiança em Deus. “Porque não dás a tua vida a Deus?” é exigente, é verdade, pois faz sair do eu para o Tu. E o Tu de Deus é uma descoberta pessoal e comunitária. Por isso, não é interessante dar as desculpas de que os outros são isto ou aquilo, falam desta maneira e daquele ou da outra, e que por isso não me revejo em ser igreja. Pois eu tenho esperança de não me ver e de não me verem pelas minhas fragilidades, mas pelas minhas virtudes. Tenho esperança de conseguir olhar mais as pessoas nos olhos do que “de lado”. Tenho esperança de que, apesar do mundo ser de lobos, os cordeiros mostrem o caminho certo. Tenho esperança de que este tempo seja de esperança e seja de uma espera ativa e reativa perante uma realidade que precisa da esperança de Deus. Paz e Bem!

 

segunda-feira, setembro 08, 2025

coração a coração (a)


O coração é o lugar de muitas coisas e o "motor" do corpo humano. É evidentemente imprescindível para haver vida. No coração muita coisa se passa. Neste momento lembro (após ler um artigo sobre pôr fim à vida, de pessoas que se dão por inteiro ao mundo) que o coração muitas vezes guarda para si e suporta tantas palavras, tantas paisagens, tantas dores e tantas outras coisas, que acaba por se sentir rebentar de um momento para o outro. Por isto recordo que não devemos rebentar o coração uns dos outros, para que não se dê o caso de outros rebentarem com o meu. Sim... é muito fácil e rápido rebentar com o coração. Não se rebenta o coração por excessos de amor e bondade, mas rebenta-se o coração por excessos de exigências e cobranças. Exigir e cobrar de um coração humano aquilo que é a perfeição não praticada nem desejada na própria vida, rebenta com ele. Posso pensar em muitas coisas que são as exigências e cobranças dos outros ao meu coração... prefiro pegar nele e dá-lo ao Senhor, para n'Ele encontrar descanso e repouso. Tudo posso n'Aquele que me dá força.

quarta-feira, setembro 03, 2025

em reflexão... (44) dar tudo a Cristo




Há muitas inquietações que nos podem assolar a alma e o coração. Cada um tem as suas e cada um haverá de as colocar em Deus, quando assim se dispuser a tal. Mas: vale mais viver as inquietações para si mesmo, no seu “casulo”, no seu isolamento, por vezes em nome do “ninguém tem nada a ver com isso”, do que partilhar as inquietações na comunidade? Sim, na comunidade. Nós não nos juntamos em oração só para um preceito cumprido, mas juntamo-nos por Cristo, com Cristo e em Cristo, para que também as inquietações de um possam tornar-se oração de muitos e fortaleza no coração de mais alguns.

Não é preciso descobrir o que já está descoberto há muito tempo, mas é preciso redescobrir o valor da fraternidade e da unidade sem “segundas intenções”. Por isto é preciso reaprender a dar tudo a Cristo. Talvez esta redescoberta tenha que passar para o centro das nossas vidas humanas, espirituais e sociais, pois é uma experiência pessoal e comunitária a ser valorizada cada vez mais. Assim, o que é dar tudo a Cristo? É dar-lhe o que penso e o que não penso. É dar o que acredito e o que não acredito. Dar as alegrias e as tristezas. Dar os sorrisos e as lágrimas. Dar as pessoas que nos são próximas e as afastadas. Dar os que me querem bem e os que me querem mal. Dar as boas palavras. Dar os desesperos para receber a esperança. Dar os pesos do coração para alcançar o alívio. Dar… simplesmente dar a Jesus.

Na ação de dar tudo a Cristo, conseguirei também entender que a alegria da vida está mais em dar do que em receber e, se dou coisas boas, se espalho o bem e o amor, vou recebê-los também na vida: primeiro de Cristo e depois de Cristo nas pessoas e no mundo. Assim, será bom estarmos mais juntos, mais próximos e sermos mais unidos na fé e na esperança. Com coragem, com amor, com perdão e tolerância, disponhamo-nos a dar tudo a Cristo e a darmo-nos uns aos outros. Paz e Bem.

 

 

sábado, agosto 02, 2025

em reflexão... (43) Resplandeça sobre nós a Luz do Seu rosto

 


Resplandeça sobre nós a Luz do rosto do Senhor”. Esta oração do Salmo 66 é um pedido que continua a ser urgente (talvez mais do que nunca), perante as várias vicissitudes do mal que existe no coração da humanidade. Talvez seja uma ousadia pensar e escrever sobre a maldade que se instala na vida quotidiana, mas não é do mal nem no mal que penso, mas sim na Graça e na Luz de Deus que são mais fortes do que a sua ausência.

Tudo o que é iluminado é mais belo do que a escuridão. Então, haveremos de nos questionar sobre a forma como deixo (deixamos) que o Senhor brilhe através de mim (nós) para o meu próximo. A Luz vence as trevas. A Graça vence o pecado. O Bem vence o mal. Estou decidido a permanecer com Deus no coração? Quero Deus na minha casa e na minha família? Quero ser um Seu rosto?

Chega de deixar que outras coisas que não a humildade, a doçura, a paciência, a bondade, o amor, a paz, levem a melhor nos caminhos da vida. E, sim, está ao meu alcance que seja isto mesmo a minha marca de vida cristã, pois se sou de Cristo, não posso viver como se Ele não faça parte da minha vida, ou seja, os pensamentos, as palavras e as ações têm que ser o reflexo do Seu rosto. “Mas não consigo”… Quantas vezes já tentei a sério? Não sou de Cristo de nome, mas sou de Cristo pelo Batismo e  por esta marca indelével de vida.

Resplandeça sobre nós a Luz do rosto do Senhor”. Peça cada um que a Luz de Deus esteja em si mesmo (eu peço) e procure cada um afastar-se do que não é Luz de Deus. Quero a Luz da vida? Entrego-me a Deus. Quero sentir a Bondade da vida? Deixo que Deus esteja nos meus pensamentos, palavras e ações. Quero ser parte do Reino que lh’E peço para toda a vida? Deixo-me envolver por Ele.

Paz e Bem.

 

terça-feira, julho 01, 2025

em reflexão... (42) quem cabe no meu abraço?

 



Estar envolvido e sentir-se envolvido num abraço é uma sensação muito boa (mesmos para os que não gostam muito de ser tocados). Abraçar é um gesto de proximidade, de carinho e de conforto de quem e para quem manifesta o seu afeto para com o próximo. Talvez devêssemos tornar a abraçar-nos mais uns aos outros, sem olhar diretamente à vida e às decisões de vida pessoais de cada uma, mas abraçar para sentir que “estou aqui para ti”. Há cada vez mais pessoas que não sentem esta presença do familiar e/ou do amigo, mas é certo que ela é bem precisa. Abraçar sem “segundas intenções”, mas só com a intenção de estar próximo e de sentir “aquele arrepio na espinha” que faz maravilhas e que pode curar tristezas.

Creio que há duas formas de abraçar poderosas: fisicamente e espiritualmente. O abraço físico é aquele que dá conforto, em que se sente afeto, aquele que faz proximidade. O abraço espiritual é aquele que não se diz, mas que se faz no pensamento, na oração e até nosso sonho. Ambos são bons, ambos são necessários.

Mas agora vamos andar por aí aos abraços uns aos outros? E porque não? Jesus abraçou tantas pessoas que foram ao seu encontro e que Ele encontrou, independentemente das boas ou outras intenções que lhes iam na alma… Jesus abraçou. Porque não abraçar como Jesus? Se estamos num tempo da vida da humanidade que se destrói, procure cada um construir com um abraço. Se hoje em dia se afastam pessoas pelas diferenças de pensamento e de opções de vida, procure cada um olhar o próximo como Jesus: com amor e compaixão, dado assim um abraço. Se Jesus tem sido posto de lado na vida de alguns, coloquemo-l’O nos nossos braços e aproveitemos todos os momentos para nos abraçarmos.

Paz e Bem.

 

domingo, junho 01, 2025

em reflexão... (41) em quem está o teu coração?

 

No decorrer de cada dia são muitas as solicitações que se têm (dizem uns e outros nem tanto). É no decorrer de cada dia que se fazem escolhas, se criam laços de amizade, relações de confiança, se conhecem pessoas e se confronta a vida com uma multiplicidade de realidades pessoais, sociais e humanas. Há alegrias e tristezas, ilusões e desilusões, sorrisos e lágrimas, conquistas e derrotas… Há um pouco de tudo. Seja no início, seja no fim de cada dia, em quem coloca a minha vida? Em quem está o meu coração? A minha resposta pessoal é simples: em Jesus! Não preciso de pensar muito e procurar muito… e tu? Em quem está o teu coração? Não há mal nenhum em entregarmos o nosso coração uns aos outros, pelo contrário, todos somos criação/criaturas do Senhor Deus. Há pessoas que nos marcam muito, em quem confiamos muito, em quem sabemos que podemos entregar o mais íntimo de nós mesmos. Vejo nelas o rosto de Jesus? O Seu coração? 

Jesus não carrega as nossas vidas, antes alivia o jugo e a carga… quem faz isso? Jesus ensina que o seu coração é manso… Transformo e quero que o meu coração seja como o Seu, por entre as adversidades e impaciências da vida? Jesus ensina que o Seu coração é humilde… Tenho corações que me rodeiam cheios e plenos desta humildade, de tal forma que o meu coração vai batendo a este ritmo? Jesus também revela o Seu coação sofredor, cravado de espinhos, sangrante de dor e de amor, caminho de salvação. Quero este coração que me salva, entrego-lh’E o que sou e o que me falta ser? Dou-lh’E toda a minha vida? Tenho a coragem de lh’E dar o que quero e o que não quero, o que me lembro e o que está esquecido? Em quem está o meu coração? O meu coração está em Jesus e nas pessoas que são rosto de Jesus: nos que sofrem e nos que sorriem, nos que magoam e nos que abraçam, nos que alegram e nos que entristecem, nos que fazem o bem e nos que fazem o mal. E o teu coração em quem está? Paz e Bem.

 

quinta-feira, abril 03, 2025

em reflexão... (40) onde está Jesus?

 

Quando se atinge uma meta é sinal que conseguimos chegar ao destino. Mais um ano chegámos à Páscoa! Durante semanas preparámos as nossas vidas (interior e exteriormente) para viver mais unidos e mais próximos de Jesus, sendo suas testemunhas numa atualidade que parecer estar cheia de vontades pessoais e que dá menos espaço à vontade de Deus. Então...

Onde está Jesus? Onde encontro Aquele de quem ouço fazer a vontade do Pai obedecendo até à morte e morte de cruz? E a resposta vai revelando-se se eu me aproximei e quero continuar a estar próximo d’Ele.

Jesus está em mim e está em ti. Jesus está na família que O acolhe e na que O recusa. Jesus está naquele que parece feliz e naquele que evidencia dificuldades e tristeza. Jesus está no pobre e no rico. Jesus está no são e no doente. Jesus está onde há paz e onde há guerra. Jesus está por aí…

Mas eu vejo-O? Sinto-O? Encontro-O? Sim, obviamente que sim. E vejo-O, sinto-O e encontro-O mais naquela pessoa que precisa que eu seja Jesus para ela, usando de amor, perdão, libertação e serenidade para com ela mesma. É muita coisa? Não é muito, pois se caminhámos e queremos continuar a caminhar para estar e permanecer mais próximos de Jesus, tudo será natural como a ação de respirar. Sabemos que respiramos para viver, mas não pensamos em fazê-lo. Quando falarmos, agirmos e pensarmos como Jesus sem pensar em fazê-lo, revelamos a nossa proximidade e permanência de unidade a Ele.

Que os dias não sejam mais um dia. Que os anos não sejam mais um ano. Que a Páscoa não seja mais uma Páscoa. Se encararmos tudo como metas, é só “chegar e arrumar”, mas se vivermos com o sentido de permanecer, encontraremos sempre Jesus no caminho e viveremos por Ele, com Ele e n’Ele.

Paz e Bem!

 

segunda-feira, março 03, 2025

em reflexão... (39) refletir... rezar... olhar a vida

 

Ao longo dos nossos dias, temos várias situações, acontecimentos, “lufa-lufas”, que nos fazem correr aceleradamente e chegar a um ponto em que dizemos que não há tempo para nada ou que então “explodimos”. Todos os anos, a Quaresma aparece-nos com um tempo de paragem. É preciso parar na vida para fazer muitas coisas… É preciso parar na vida para refletir,… para rezar,… para olhar a vida,…

REFLETIR porque nem sempre pensamos no que dizemos e no que fazemos, ou então no que não dissemos e no que não fizemos. Jesus retira-se algumas vezes para refletir/rezar. Os discípulos, porque refletem pouco as palavras e os gestos de Jesus, vão perguntando o porquê disto e daquilo e as razões das palavras e dos gestos de Jesus. Porque não refletir simplesmente: tenho sido, sou e como posso ser melhor espelho do meu Salvador?

REZAR porque temos que intensificar a nossa oração pessoal e comunitária. Rezar é escutar e falar com Deus. É preciso parar um pouco para escutar Deus dentro de mim  e deixar que seja a Sua Voz a minha guia. Rezar faz muito bem quando se faz com o coração e sem tempo definido, porque em tudo o que pomos o coração, o amor faz bem feito. Porque não rezar simplesmente assim: rezar com o coração, rezar mais pessoalmente, rezar mais na comunidade?

OLHAR A VIDA porque precisamos de nos olhar olhos nos olhos para dizermos nos olhos o que vai na alma. É preciso olhar a vida no sentido das necessidades que uns e outros temos para nos ajudarmos mutuamente, mas também para nos cuidarmos uns aos outros.

Três desafios espirituais e práticos que nos podem levar a chegar à Páscoa mais leves, mais animados, mais cheios de esperança e mais próximos uns dos outros.

Paz e Bem!

 

segunda-feira, fevereiro 03, 2025

em reflexão... (38) oração como lugar de esperança

 

Quando já mais ninguém me escuta, Deus ainda me ouve”. Estas palavras escritas por Bento XVI são mais do palavras ou uma breve reflexão humana, mas são também uma própria oração.

Parece-me que ainda se faz muita oração. Boa ou má, não se julga a forma de ser feita, pois não há orações boas e más, mas há oração feita com a verdade da alma do coração ou oração feita sem alma.

Assim, na minha condição de filho de Deus, eu coloco-me em oração, não por obrigação, mas porque quero estar em tranquilidade com Deus e com o mundo, e esta tranquilidade e serenidade só me vem da oração.

Quantas vezes lemos e meditamos nos Evangelhos que Jesus se retirava em oração? São muitas. Por isso, porque não retirar-me também eu em oração? A oração é fonte de muitas boas coisas. Na oração: agradeço,... peço,... silencio a vida,... entrego o que sou,… procuro respostas,… alcanço metas,… desespero,… encontro esperança,… choro,.. vocalizo palavras,… medito situações,… paro,… acelero a vida,… deixo que Ele me toque a alma,… procuro decisões,… busco caminhos,... espero soluções,… sinto tranquilidade,… acalmo o coração,… tanta coisa na oração.

Não rezo só no desespero, mas faço-o muitas vezes ao longo do dia para fazer tantas das coisas que escrevi anteriormente, mas, fundamentalmente, para não perder o elo de ligação com Deus. E sim, sei que quando o mundo não me ouve, Deus continua a ouvir-me, a fazer-se presente, a tocar-me a alma, a dar esperança ao coração, a ser o que nada dá e que só Ele dá: uma brisa suave que se sente no rosto como carícia do tempo e da vida.

Faz-se muita oração, mas para mim, a melhor forma de oração é dar-lhe tudo, toda vida, confiar tudo e saber que Ele me ouve sempre e por isso em vez de desespero dá-me esperança.  

Paz e Bem!

 

quinta-feira, janeiro 02, 2025

em reflexão... (37) olhar e fazer tudo com esperança

 

Começa um novo ano. Por entre muitos e vários compromissos e propósitos que cada um possa assumir, um novo ano é sempre uma oportunidade de continuar a fazer caminho, com o que se fez e com o que se poderá vir a fazer. Em ano de Jubileu - Peregrinos da Esperança - somos todos desafiados a fazer caminho com toda a esperança no Senhor Jesus, usando de gestos concretos de esperança uns para com os outros.

Com um olhar simples e sem filtros sobre as muitas realidades que nos cercam ao redor e pelo mundo fora, o que se vê? Sim, podemos assumir um olhar pessimista diante da guerra, da fome, das necessidades de cuidados de saúde, da falta de respeito pela vida do próximo, da ausência de paz lá longe e aqui perto, da falta de alegria em encontrar soluções para as situações que se vão identificando… mas vamos tentar outro modo de ver as coisas: vamos pôr-nos ao caminho, olhar e fazer tudo com ESPERANÇA. 

A Esperança não é só ser espectador dela mesma, esperando que ela venha fortalecer-me e iluminar-me, mas a esperança leva-me a fazer parte do processo de a receber e de a dar. “Sou pequeno diante da imensidão do mundo, mas na minha pequenez eu quero, agarrado a Jesus, fazer parte da esperança na vida.”

Assim, porque não ser eu um peregrino que está no caminho e que se esforça por se manter nele, não sozinho, mas arrastando outros que precisam de (re)descobrir ser peregrinos e parte integrante  do processo de transformação da vida pessoal e comunitária? Sozinhos podemos fazer algumas coisas, mas juntos podemos fazer mais. Sozinhos somos só um pedra que cai no lago e provoca algumas ondulações, mas juntos somos várias pedras a provocar muitas mais ondulações. Que mudança, propósito, compromisso eu faço neste novo ano para ser peregrino da esperança?

Paz e Bem!