De fato, muitas reflexões acerca do ser Igreja hoje em dia, se podem fazer. A mim surge-me esta questão: sou rosto de Cristo para a humanidade? Se assim não for, como posso eu, ou qualquer outro dizer: sou Igreja?! Haverá esforço sincero da parte de todos nós em sermos verdadeiros rostos de Cristo? Verdadeiros e sinceros, de alma, coração e corpo!
Talvez chegue de querer ser Igreja para o que convém aos prazeres pessoais e, finalmente, tenha chegado o tempo de ser Igreja como rosto de Cristo. O que sou é imagem d’Ele? Ou é minha imagem?
Talvez chegue de andar a dizer-se que “sou Igreja”, “sou cristão”, quando por detrás se fala mal da Igreja (da qual se faz parte), quando não se aceita seguir os passos da comunidade (na qual se está integrado), quando o “sou cristão” é segundo os desejos pessoais e não segundo a vontade de Deus.
Prestes a iniciar o ANO DA FÉ, proclamado pelo Santo Padre Bento XVI a propósito dos 50 anos do Concílio Ecuménico Vaticano II, todos nós cristãos, Igreja, somos desafiados e reencontrar o nosso ser Igreja e a procurar entender e viver melhor a fé que não é pessoal, mas que vem dos nossos antepassados e, acima de tudo, nos vem do Senhor que dá a vida.
Neste “Ano da Fé” todos teremos várias oportunidades para crescer na fé, na formação, no entendimento, descoberta e reflexão da Sagrada Escritura e dos documentos do Concílio. Será um tempo para aproveitarmos para crescer em esperança, pois num mundo e numa sociedade em que reina o individualismo, o egoísmo e a autossuficiência, é tempo para sermos verdadeiros rostos de Cristo na Humanidade!
Não há que ter medo de nada, mas sim de aceitar os desafios da Palavra de Deus, da Igreja e da comunidade. Celebrando este ano também os 50 anos da morte de D. João de Oliveira Matos, que foi bispo auxiliar da Guarda e fundador da Liga dos Servos de Jesus (encontrando-se o seu processo de beatificação em fase de análise em Roma) deixemos que também as suas palavras ecoem em nós: Temos de ir mais além e deixar que Jesus reine nos nossos corações, nas nossas casas, nas nossas famílias, na nossa terra, na nossa Diocese, no nosso país e no mundo inteiro.
Mensagem para as Comunidades que me estão confiadas e a todos os que se deixam tocar por estas palavras...