A manifestação da glória está na
revelação do amor de Deus à Humanidade através de Cristo, a Palavra encarnada.
Deus é o esposo que ama a Humanidade, o seu povo, apesar das suas/nossas
infidelidades ao Seu Amor. A Palavra de Deus deste Domingo, dá-nos a imagem do
casamento e do amor entre esposos para melhor entendermos a nossa relação
(esposa) com Deus (esposo).
Assim o profeta Isaías escreve
durante a acomodação do povo, regressado do exílio, na cidade de Jerusalém que
apesar das sombras existentes na cidade e no espírito dos seus habitantes, Deus
(o esposo) ainda considera o seu Povo (esposa) como “Predileto”. O Senhor é bondoso
e cheio de amor, pois ao Seu Povo que regressa a casa e a quem está a custar a
reconstrução, Ele continua a amar. Finalmente agora, o Povo torna a aceitar o
amor de Deus. Mas será que nós vivemos a nossa relação com Ele baseada na
alegria de amar e da renovação constante do amor? É o nosso testemunho na
comunidade a transparência do amor de Deus?
Jesus após o Batismo começa o
anúncio da Boa-Nova. O discípulo e evangelista S. João, relata o Seu primeiro
milagre. Mas não nos podemos deter só na contemplação do milagre em si mesmo,
mas em toda a envolvência. Passa-se numas bodas de casamento (relação de amor),
onde está presente a Sua Mãe (relação de amor) onde Ele quer ensinar e mostrar
o caminho novo à Humanidade, através do sinal do vinho novo (relação de amor).
O Casamento já é por si mesmo uma aliança e o vinho sinal do amor, mas este
casamento simboliza a Nova Aliança e o vinho novo uma relação nova de amor
(renovação). A Antiga Aliança esgotou-se, pois as talhas da purificação estavam
vazias, mas Jesus lança o início da Nova Aliança com um Vinho melhor (Amor
renovado). A mãe de Jesus é o sinal de Israel que permanece fiel na espectativa
do Messias e faz tudo o que está ao seu alcance para tornar visível a Salvação:
“Não têm vinho”, “Fazei tudo o que Ele Vos disser”. O chefe de mesa é a
representação dos dirigentes do povo que não davam contam do vazio do amor na
vida do povo. Jesus dá assim um pequeno sinal do que é o Reino de Deus, mesmo
que ainda não tenha chegado a sua “hora”. Será que aceitamos esta imagem do
rosto bondoso e amoroso de Deus? O que revela a nossa vida aos outros? Revela a
novidade constante do amor?
E S. Paulo, na primeira carta aos
Coríntios, lembra-nos que na diversidade de tudo e dos dons do Espírito Santo,
o Senhor é sempre o mesmo, e por isso somos todos desafiados pelo mesmo Senhor
a colocarmo-nos ao serviço do Amor com a força que nos vem dos dons do Espírito
Santo!
Pe Ângelo Martins