Colocar a render os dons que o
Senhor nos dá, é fazer da vida um próprio dom que dá fruto e não é uma apatia e
uma fonte de energia estática. Cada um de nós, crentes, pode empenhar-se/esforçar-se
em ser testemunha comprometida com o Senhor. Este compromisso não acontece de
vez em quando, mas de forma ativa e permanente todos os dias.
A mulher virtuosa é que a vive
diariamente os valores do trabalho, do compromisso, da generosidade e do temor
de Deus. Tanto a mulher como o homem são virtuosos se assim viverem dia após
dia, pois ambos são/somos administradores dos bens e dons que o Senhor dá.
Assim, questiono-me se vivo sempre (todos os dias) os valores do reino. Se
todos os dias me esforço por viver com eles no horizontes das palavras e das
ações. Mas se não vivo assim, então em que valores baseio a minha existência?
S. Mateus ao relatar a parábola
dos talentos diz que há três que recebem talentos, mas dos três dois fazem-nos
render, mas um guarda-o para si mesmo. O Senhor que dá os talentos é Deus e
todos nós somos os servos que recebemos, mas não agimos todos da mesma maneira.
O que faço com os talentos recebidos de Deus? Jesus conta esta parábola por
duas razões que o evangelista nos deixa aperceber: 1. O reino de Deus é
exigente e faz com que cada um se comprometa com ele; 2. Aquele que não coloca
os seus talentos a render fica sem nada e sem ver o Filho do homem. Então, os
bens que Jesus me deixa confiados, coloco-os a render ou guardo-os para mim
mesmo? Sou dos que arriscam viver comprometidos com o Reino ou dos que se
sentam e só querem ser espectadores do mesmo Reino? Sou servo que construo o
mundo ou que me sento?
“Permaneçamos vigilantes e
sóbrios”, escreve S. Paulo. Sejamos crentes de verdade com as atitudes de um
crente e não sejamos crentes adormecidos para o mundo que já vai dormindo…
Pe Ângelo Martins