quinta-feira, dezembro 17, 2020
carta (w)
sábado, dezembro 05, 2020
carta (v)
Neste momento, Senhor, passa-me pela cabeça pensar a fragilidade, da qual nós somos dotados. A fragilidade também é um dom? Parece-me que sim. Um dom que nem sempre se sente, vive e assume, pois baixa defesas, faz entrar em "campos desconhecidos" e enveredar por caminhos que podem ser espirais infinitas. Assim, hoje peno na minha fragilidade como dom. Fragilidade quando erro,... fragilidade quando tremo diante de uma decisão,... fragilidade física quando não se tem o poder de curar quem se ama,... fragilidade de querer ficar "escondido" de palavras e ações que são ofensas,... fragilidade nos passos que são dados quando se quer construir pontes de união,... fragilidade pura e simples de querer e não conseguir. De querer e não ter. De querer e não ver.
Por isto, Senhor, penso na fragilidade que Tu me deste como dom para encontrar a fortaleza e a coragem que Tu abres diante de mim (e de todos nós), também como dons. Chego à breve conclusão de que uns dons levam à descoberta de outros dons. Tudo é dom! Mas, Senhor, nesta minha simples confissão a Ti, penso na real fragilidade de tantos rostos que não entendem este dom e ficam assoberbados pelo "peso" do sentimento de pequenez, incapacidade e, por vezes, inferioridade. Tu ensinas a transformar o que parece ser nada em tudo. Por isto hoje te agradeço, porque na minha fragilidade, mesmo quando chego quase ao fundo, me mostras que ela é um para melhor ver a vida e encontrar caminhos!
terça-feira, dezembro 01, 2020
carta (u)
Muito tempo passou sem escrever-te, Senhor. Sinceramente, não sei a razão. Talvez porque falo mais do que escrevo. Talvez porque penso mais do que registo. Talvez porque o tempo não sobra. Muitos talvez... mas é certo que não Te esqueço. Estás tantas vezes no meu pensamento. Ralho contigo e depois ralho comigo. Peço- te a Luz para ver o caminho, mas por vezes não dou os passos (já com o caminho iluminado).
Há tanta coisa que me passa... pela cabeça. Tanta,... mas tanta mesmo. Mas não gosto que passe só pela cabeça, mas que passe pelo coração. Quando a vida passa pelo coração é mais sentida. Sentida em todas as maneiras: na felicidade e na dor, na alegria e na tristeza, na serenidade e na tempestade. É muito mais sentida. Apesar de termos de viver longe, não podemos viver sem sentimentos e sem nos sentirmos uns aos outros. E isto sim, faz falta: sentirmo-nos uns aos outros. Se há coisa que me passa pela cabeça e pelo coração é a vida com sentimentos.
Sim, eu também sei, Senhor, que não sou a pessoa que mais mostra os sentimentos que dão o que muitos querem sentir. Sou tempestivo, frio e, às vezes, bruto, no trato com as pessoas. Continuo a respirar muito profundamente e pedir-Te que me serenes a alma e o coração. Por isto e muito mais te agradeço, porque sinto que Tu o fazes. Gosto de sentir que Tu me conchegas, não de uma forma egoísta (pensando que és só meu), mas é bom sentir que Tu estás presente. E olha, Senhor, nos últimos meses, muitas e muitas vezes tenho sentido a Tua mão e o Teu coração.
carta (t)