O que vem do coração, vem da verdade da alma, uma vez que sendo criaturas do Criador, o mais íntimo de cada um tem em si mesmo a presença de Deus. Talvez por vezes não se procure esta intimidade e interioridade, mas elas estão lá (cá). Talvez por vezes “a vida” seja demasiadamente célere, mas Ele continua no interior da vida. Poderiam ser enumerados muitos “talvez” para encontrar razões para que a espiritualidade não seja devidamente cuidada (ou mais bem cuidada), mas não vale a pena, porque razões cada um tem as suas. Então, será preciso ir à profundidade do coração para aí encontrar a centelha do Criador e a partir dela continuar a fazer parte de uma criação de fé, esperança e amor.
Assim, o tempo de agora é sempre propício para que eu possa querer estar mais junto d’Ele na concretização da Sua vontade no que sou, penso e faço, pois d’Ele vem tudo. Um outro “talvez” possa agora ser aplicado: talvez por vezes eu não esteja disposto a isso, mas talvez não possa deixar passar o agora para me dispor a “entrar” em Deus e deixar que seja Ele a guiar a vida. É só preciso isto: disposição. Depois de eu estar disposto para tal é só continuar.
Vou pensar o meu coração em Deus para poder olhar o coração do meu próximo em Deus. Este será um dos exercícios práticos e espirituais mais desafiantes para a concretização das palavras de Jesus da última Ceia: “Como eu vos fiz, fazei vós também”. Netas palavras encontra-se o coração fora do peito, que é a mesma coisa que dizer: o coração no coração do próximo. O coração que não se exalta, mas o coração que se humilha. O coração que olha o outro e que quer vê-lo na sua totalidade: de baixo para cima. Assim deverá ser mais o meu olhar: não de cima, mas na totalidade, sabendo que este gesto de se colocar aos pés do próximo, é a forma de dar o coração que não é meu, mas que é vontade de Deus. Paz e Bem!