sábado, maio 24, 2014

"Não vos deixarei órfãos" (cf João 14,15-21)

É bom saber que não se está sozinho e sentir na presença amorosa, confortante e próxima de quem nos ama. O Senhor é o primeiro a amar-nos e a não nos deixar sozinhos pelos caminhos da vida. Mesmo que se pense: "Ninguém se interessa por mim,... ninguém me compreende,... ninguém me ouve,..." o Senhor está presente com o seu amor e a sua amizade. Como se sabe? Ele mesmo o diz: darei "outro Defensor... o Espírito da Verdade... Não vos deixarei órfãos".

Para chegar à compreensão da presença do Espírito temos de aderir e acolher a Palavra: Jesus. Filipe, depois da perseguição iniciada aos cristãos em Jerusalém, lutou e foi para a Samaria pregar a Palavra. Muitos milagres lá aconteceram em nome de Jesus. Muitos aderiram. Pedro e João ao ouvirem as maravilhas que estavam a acontecer foram até para que os novos cristãos fossem confirmados na fé, recebendo o dom do Espírito Santo. De algo superficial, os cristãos da Samaria passavam agora para algo mais concreto e assumido plenamente na vida: um compromisso selado pelo Espírito. Este compromisso que a todos fez (e faz) membros da Igreja. Mas será que hoje, apesar das perseguições, dos dedos que nos apontam, das palavras que possam dizer de nós, dos medos que possamos ter, temos a coragem e o ânimo de Filipe para continuar a evangelizar? Somos Igreja que evangeliza sem medo ou Igreja que se refúgia dentro de si mesma?

Pois se Jesus diz: "Se me amardes, guardareis os meus mandamentos", haverá alguém que não quer guardar em si mesmo este mandamento de amar? Amar Jesus! Amar Jesus não é amar o invisível, mas amar a certeza da Sua presença no meio de nós através do Espírito da Verdade.Na medida em que aceitamos os mandamentos do Senhor Jesus, ama-mo-l'O. Mas se não aceitamos, falhamos ao amor. Aceitar os mandamentos é ouvi-los, senti-los e agi-los. Assim Jesus torna-se presente porque aderimos a Ele e o Espírito está em nós, porque o Seu Amor está em nós. Mas o que prevalece na vida: o pessimismo ou o otimismo? As lamentações ou o entusiasmo? Somos Igreja de amor que testemunha o amor e que respira o amor? Ou, como dizia o Papa no dia 18 de Maio 2014, uma Igreja que só coscuvilha, é ciumenta e invejosa?

"Venerai Cristo nos vossos corações", dando as razões da esperança pois na vida "mais vale padecer por fazer o bem" do que o inverso. O certo é que por vezes se trocam as prioridades na vida e veneramos outras coisas, não damos o testemunho da nossa fé e só queremos esquivar-nos para não sofrer consequências que doam. Eu sinto-me acompanhado por Deus, não me sinto órfão, porque Ele me ama e sinto o Seu amor em todos os que me amam e também naqueles que são obstáculos. E tu? 

1 comentário:

Maria disse...

Gosto muito desta homília, assim como de todas,mas esta em especial.Sim eu sinto o amor de Deus em tudo e em todos e me dá muita força para viver e louvar,especialmente louvar,tudo o que me concede a cada dia.
Bem haja Pe. Ângelo,um santo fim de semana.