sábado, janeiro 19, 2013

“Manifestou a sua glória e os discípulos acreditaram n’Ele.” (cf Jo 2,1-11) – II Domingo do Tempo Comum


A manifestação da glória está na revelação do amor de Deus à Humanidade através de Cristo, a Palavra encarnada. Deus é o esposo que ama a Humanidade, o seu povo, apesar das suas/nossas infidelidades ao Seu Amor. A Palavra de Deus deste Domingo, dá-nos a imagem do casamento e do amor entre esposos para melhor entendermos a nossa relação (esposa) com Deus (esposo).

Assim o profeta Isaías escreve durante a acomodação do povo, regressado do exílio, na cidade de Jerusalém que apesar das sombras existentes na cidade e no espírito dos seus habitantes, Deus (o esposo) ainda considera o seu Povo (esposa) como “Predileto”. O Senhor é bondoso e cheio de amor, pois ao Seu Povo que regressa a casa e a quem está a custar a reconstrução, Ele continua a amar. Finalmente agora, o Povo torna a aceitar o amor de Deus. Mas será que nós vivemos a nossa relação com Ele baseada na alegria de amar e da renovação constante do amor? É o nosso testemunho na comunidade a transparência do amor de Deus?

Jesus após o Batismo começa o anúncio da Boa-Nova. O discípulo e evangelista S. João, relata o Seu primeiro milagre. Mas não nos podemos deter só na contemplação do milagre em si mesmo, mas em toda a envolvência. Passa-se numas bodas de casamento (relação de amor), onde está presente a Sua Mãe (relação de amor) onde Ele quer ensinar e mostrar o caminho novo à Humanidade, através do sinal do vinho novo (relação de amor). O Casamento já é por si mesmo uma aliança e o vinho sinal do amor, mas este casamento simboliza a Nova Aliança e o vinho novo uma relação nova de amor (renovação). A Antiga Aliança esgotou-se, pois as talhas da purificação estavam vazias, mas Jesus lança o início da Nova Aliança com um Vinho melhor (Amor renovado). A mãe de Jesus é o sinal de Israel que permanece fiel na espectativa do Messias e faz tudo o que está ao seu alcance para tornar visível a Salvação: “Não têm vinho”, “Fazei tudo o que Ele Vos disser”. O chefe de mesa é a representação dos dirigentes do povo que não davam contam do vazio do amor na vida do povo. Jesus dá assim um pequeno sinal do que é o Reino de Deus, mesmo que ainda não tenha chegado a sua “hora”. Será que aceitamos esta imagem do rosto bondoso e amoroso de Deus? O que revela a nossa vida aos outros? Revela a novidade constante do amor?

E S. Paulo, na primeira carta aos Coríntios, lembra-nos que na diversidade de tudo e dos dons do Espírito Santo, o Senhor é sempre o mesmo, e por isso somos todos desafiados pelo mesmo Senhor a colocarmo-nos ao serviço do Amor com a força que nos vem dos dons do Espírito Santo!

Pe Ângelo Martins

2 comentários:

Maria disse...

As nossas infidelidades são muitas, e a maior parte das vezes nem nos apercebemos o quanto magoamos o Senhor.
Tudo o que somos ,tudo o que temos tudo advém do Senhor,quantas vezes pensamos que somos os maiores,que sabemos tudo,somos os mais inteligentes, e esquecemos que tudo o que sabemos são todos Dons de Deus,do Espírito Santo,uns com uns,com outros,mas não pensamos logo eu sou inteligente, e donde vem essa inteligência? porque estudei... mas ninguém sabe tudo, e o outro sabe algo que nós não sabemos.
Mas só com humildade e amor ao próximo se consegue enxergar e aceitar tudo o que temos como um Dom de Deus.
O Senhor é Misericordioso e está sempre à espera de nós ,que o nosso coração se abra para o Seu amor, para assim O receber de verdade.

Maria disse...

Numa relação de amor tudo LHE entregar,e de mãos vazias pedir que ELE transforme toda a nossa fragilidade em amor, como nas bodas de Canã,viver a nossa relação numa entrega total,só Deus sabe o que é melhor para nós,não nos iludamos que sabemos tudo,não sabemos nada,o que sabemos foi ELE que nos concedeu com muito amor, e a força dos dons do Espírito Santo.