Com alguma facilidade se julgam
os comportamentos do próximo e se fazem juízos de valor acerca de tudo e de
todos. Não com a mesma facilidade se abre a possibilidade de uma nova página na
vida de quem erra. Por estas duas razões, penso que a Palavra de Deus, neste
Domingo, nos quer ajudar a abrir o coração para que possamos ser mais amorosos
e misericordiosos uns para com os outros.
Recorda-nos o profeta Isaías a
desilusão e a tristeza que o Povo tem no exílio da Babilónia. A ânsia por uma
nova libertação das amarras da opressão e da escravidão. E eis que Deus se
manifesta dizendo que vão regressar a casa e que o retorno vai ser mais fácil
do que quando voltaram do Egito. Porquê mais fácil? Talvez porque agora o Povo
já compreendia de um modo mais perfeito a “vida nova” que é oferecida por Deus.
Talvez porque agora a conversão dos seus corações já seja mais verdadeira e
sentida. Talvez para que se recordem sempre da misericórdia e do amor de Deus.
Chama S. Paulo a atenção para a
maratona da nossa vida que não tem uma meta cortada, ou seja, um fim. É preciso
um esforço continuo para se conhecer mais e melhor Jesus e para que o “lixo”
que ocupa a vida, seja deitado fora e dê lugar à identificação com Ele. De que
serve dizer-se ser cristão se a vida em nada é um esforço para se confrontar
com a vida/palavras de Jesus Cristo?
Pois para conhecer é preciso
entrar em oração, em meditação e reflexão. Jesus em cada dia retira-se para
orar e só depois ensina. Falava do Pai, da prática do bem, da opção pelos mais
pobres e fragilizados, escolhia os mais pequenos para exemplo de vida, contava
parábolas para melhor ilustrar a mensagem. Mas eram alguns os que não gostavam
dos seus ensinamentos de liberdade e amor universais. Por isso a cada pouco O
testavam. Ao ponto de levarem alguém que foi apanhado em flagrante adultério e
lhe dizerem que a Lei mandava matar essa pessoa. Claro que Jesus aproveita o
momento para duas coisas: primeira para ensinar que não nos devemos andar a
matar uns aos outros, pois Deus não quer a morte; segunda, para ensinar que o
pecado é parte da fragilidade humana e, talvez por isso, “quem de entre vós
estiver sem pecado atire a primeira pedra”.
Um coração de amor e de misericórdia
que se esforça por transformar/converter constantemente! Esta é a grande
maravilha que o Senhor continua a oferecer a todos nós, seu povo, em mais um
desafio no tempo da Quaresma.
1 comentário:
Pe.Ângelo
Boa tarde,eis-me aqui escrevendo um pouco com mais calma,e com o tempo um pouco mais quente,sei que ai na Guarda tem estado temperaturas demasiado baixas,fazendo muito frio.
É verdade,é um caminho muito profundo e tem que ser percorrido com muita fé,nosso primeiro impulso é julgar,mas quem somos nós para julgar? o escutar a Palavra de Deus,interiorizar é fundamental para que não o façamos e conseguirmos ser misericordiosos.
Só conhecer Jesus, e cada dia que passa com esforço e a ajuda de Deus, nós vamos conseguindo encontrar um coração renovado.Rezando uns pelos outros pedindo que Jesus nos ilumine para sermos melhores,mais Misericordiosos,mais acolhedores.Bem Haja
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